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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Psoríase na infância é sinal de perigo ao coração


Tratada como problema de pele, doença eleva risco de males
metabólicos – e é agravada pela obesidade.
Crianças com sobrepeso ou obesas têm até 80% mais chances de desenvolver psoríase, uma doença crônica, inflamatória e não contagiosa da pele. Independente do peso, no entanto, jovens diagnosticados com psoríase apresentam índices de colesterol elevados, um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares. Devido a essa relação entre peso, psoríase, colesterol e problemas cardiovasculares, uma pesquisa publicada no Journal of Pediatrics defende uma revisão na maneira como esses problemas são tratados.
O risco de doenças cardíacas em pacientes com psoríase, por exemplo, começam na infância e, por isso, deveriam ser combatidos a partir dos primeiros sinais de elevação do colesterol.
“Isso significa que teremos de monitorar mais de perto os jovens com psoríase com o objetivo de evitar possíveis doenças cardíacas, especialmente se eles forem obesos”, diz Corinna Koebnick, coordenadora do estudo e pesquisadora do instituto Kaiser Permanente, na Califórnia. Segundo a especialista, ainda se sabe muito pouco sobre a psoríase em crianças, e a doença é frequentemente tratada como um problema de pele e não uma doença metabólica.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram dados de 710.949 crianças de diferentes etnias. Eles descobriram, então, que as chances de desenvolvimento de psoríase crescem 40% entre as obesas e quase 80% entre aquelas que sofrem de obesidade mórbida. Nos dois casos, a psoríase se mostrou quatro vezes mais severa ou mais disseminada pelo corpo do que entre crianças com peso adequado.
Os jovens diagnosticados com psoríase apresentaram ainda níveis de colesterol e de enzimas do fígado de 4% a 16% mais altos, a despeito do peso. “A psoríase pode levar a criança a desenvolver doenças metabólicas, como ocorre em adultos. Estudos como este são importantes para aprendermos qual a melhor forma de fazer os tratamentos primários nessas crianças”, diz Amy Porter, coautora do estudo e pediatra do instituto Kaiser Permanente.
Adultos – Estudos epidemiológicos anteriores já haviam apontado que pacientes adultos com psoríase correm mais riscos de desenvolver problemas metabólicos, como diabetes, além de hipertensão, ataques cardíacos e derrame cerebral. Nos adultos, a obesidade foi ainda relacionada a riscos mais elevados de desenvolver a psoríase. A obesidade, assim como a psoríase, tem relação com um aumento nos riscos de problemas cardiovasculares, síndrome metabólica e diabetes. “As duas condições, a síndrome metabólica e a psoríase, são caracterizadas por inflamações crônicas leves”, diz Corinna Koebnick.
Fonte: AMMG

A PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase alerta para a necessidade de monitorizar mais de perto as crianças que sofrem de psoríase, pois estas apresentam índices de colesterol elevados, um dos principais factores de risco para doenças cardiovasculares.


 Psoríase na infância pode ser sinal de perigo para o coração

“A psoríase pode levar a criança a desenvolver doenças metabólicas, tal como acontece nos adultos, por isso é fundamental que estes doentes tenham um acompanhamento médico constante de modo a evitar possíveis doenças cardíacas, sobretudo se tiverem excesso de peso”, refere o dermatologista Paulo Ferreira.

Segundo Vítor Baião, presidente da direcção da PSOPortugal, “esta relação entre psoríase e hipertensão vem mostrar, uma vez mais, que a psoríase não é apenas uma doença da pele, mas que afecta os doentes a muitos níveis.”

Um estudo recente realizado em Portugal revelou que mais de um quarto dos doentes com psoríase tem outras doenças associadas, entre as quais a hipertensão.

As manifestações clínicas da psoríase na infância são geralmente semelhantes às dos adultos, aparecendo normalmente nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. No entanto, as lesões faciais são muito comuns nas crianças, assim como o fenómeno de Koebner que caracteriza-se pelo aparecimento de lesões em áreas como as cicatrizes de vacinação, e a psoríase das fraldas, que consiste em lesões nas nádegas devido à irritação da pele.

A psoríase nas crianças pode causar problemas graves pois, para além de terem que aprender a gerir a sua condição, a doença causa frequentemente um grande desconforto e embaraço, originando um profundo impacto psicológico devido à discriminação social de que ainda são alvo.



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